Desengane-se quem pensa que não pode nunca fazer nada pelos direitos humanos. Só não faz quem não quer. A violência é um factor cultural. Mas a luta pelos direitos humanos é o seu contra-factor, cultural também. Creio ser obvio que as pessoas são inatamente violentas (senão, como se explica o que se passa no mundo, a sede de sangue e de guerra, os conflitos endémicos, constantes, os biliões da indústria da guerra).
Não resisto, e transcrevo uma passagem Dos Delitos e Das Penas (1766), de Cesare Beccaria (publicada pela Fundação Gulbenkian, 2007):
«Toda a pena que não deriva da absoluta necessidade - diz o grande Montesquieu - é tirânica. (...) E tanto mais justas são as penas quanto mais sagrada e inviolável é a segurança e maior a liberdade que o soberano garante aos seus súbditos. (...) Todas as penas que ultrapassam a necessidade de conservar esse vínculo são injustiças por natureza.» (Beccaria, 2007:65-66)
O problema hoje reside no facto do soberando ser muitas vezes o perpretador. Por isso mesmo, o "soberano" de Beccaria deve ser completado pela sociedade civil. Também a nós, meros cidadãos, cabe a defesa da segurança e liberdade dos nossos conterrâneos.
2 comentários:
Anónimo
disse...
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"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade." Declaração Universal dos Direitos do Homem
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