sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Rede sobre Trabalho Sexual não se identifica com a campanha “Junt@s por uma Europa livre de prostituição”

A REDE SOBRE TRABALHO SEXUAL REPUDIA A CAMPANHA "JUNT@S POR UMA EUROPA LIVRE DE PROSTITUIÇÃO"

Comunicado

A Rede sobre Trabalho Sexual vem distanciar-se da campanha “Junt@s por uma Europa livre de prostituição” do Lobby Europeu de Mulheres (LEM), lançada hoje, em Portugal, pela Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres e denunciar o que ...considera ser uma visão redutora da realidade do Trabalho Sexual.

A Rede sobre Trabalho Sexual representa a maioria das organizações nacionais que intervêm directamente com trabalhadores do sexo e constitui-se, entre outras, pelas seguintes entidades e pessoas individuais: Acompanha, APDES, Associação Novo Olhar, GAT, Liga Portuguesa Contra a Sida, Obra Social das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor, Existências, Médicos do Mundo, Positivo, UMAR, Alexandra Oliveira, Filipa Alvim e Jó Bernardo.

Esta rede considera que o trabalho sexual é multiforme e as experiências de quem exerce esta actividade são diversas, não podendo ser reduzidas ao abuso, ao tráfico e exploração sexual, crimes que esta Rede repudia. O vídeo apresentado pelo Lobby Europeu das Mulheres dá uma imagem negativa e simplista dos trabalhadores do sexo, dos seus clientes e das relações que estes estabelecem, o que, pela experiência desta rede, não corresponde à realidade da esmagadora maioria das situações.

A imagem vitimizante que é apresentada sobre os trabalhadores do sexo é parcial, simplista e não os dignifica nem respeita a sua capacidade de escolha, o que contribui para o reforço do estigma e da marginalização destas pessoas.

Também a nível europeu, diversas organizações e trabalhadores do sexo, tal como o International Committee on the Rights of Sex Workers in Europe, têm-se pronunciado publicamente repudiando esta campanha do LEM.

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