terça-feira, 29 de novembro de 2011

"o tratado do homem"

"Na fase actual, embora em plena evolução, antropologia é ainda essencialmente (...) "ciência das sociedades primitivas", devendo-se entender com isso que ela se interessa quase exclusivamente por formas de cultura muito diferentes das nossas, não sendo, pois, possível nem desejável uma generalização. Mas podemos alimentar a esperança de que não vem longe o dia em que ela abrangerá as pesquisas relativas a toda a espécie de populações e de comportamentos. Nesse momento, a antropologia merecerá, na verdade, ser elevada à categoria de "primeira ciência do homem" (Copans et. al, 1971, Antropologia. Ciência das Sociedades Primitivas?, Lisboa: Edições 70, 11).

Acho que já lá estamos. Nascemos como ciência que estuda o "outro" exótico e estrangeiro nos "outros lugares". Passámos, numa segunda fase, a "ciência das sociedades complexas" como pomposamente nos chamámos. E finalmente percebemos que primitivo e complexo são definições existentes também aqui, que na nossa casa também há trabalho a fazer, pesquisa e (porque não?) aplicação ou intervenção. Se queremos fazer a diferença e se consideramos que tod@s devem ser tratados de forma igual, com os mesmos direitos e deveres, a antropologia pública é o caminho. Porque o que não falta à nossa frente somos "nós" e os "outros".

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