sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Oito estrangeiros detidos pela PJ no Baixo Alentejo por suspeita de tráfico de pessoas

Noticia de hoje dando conta que:

"Oito pessoas que faziam parte de uma organização internacional foram detidas esta semana pela Polícia Judiciária (PJ) no Baixo Alentejo por suspeita do crime de tráfico de pessoas, revelou hoje à agência Lusa fonte policial.

As oito pessoas, entre elas duas mulheres, foram presentes na quinta-feira a tribunal, que decretou a prisão preventiva, a medida de coação mais gravosa, para quatro delas, enquanto as restantes ficaram sujeitas a apresentações periódicas às autoridades.

Várias fontes conhecedoras do processo contactadas hoje pela Lusa adiantaram que as oito pessoas, detidas na quarta-feira na zona de Aljustrel, são de nacionalidade romena.

As mesmas fontes explicaram que os oito detidos faziam parte de uma organização internacional que recrutava pessoas na Roménia para trabalharem e serem exploradas no Baixo Alentejo, em trabalhos agrícolas".

Ver noticia em: 



quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Seminário "Em Privado Com a Mulher Pública - Um Contributo Para a Mudança Social"

Seminário "Em Privado Com a Mulher Pública - Um Contributo Para a Mudança Social", a realizar no próximo dia 30, no auditório do Polo B da Escola Superior de Enfermagem, em S. Martinho. Coimbra. amanhã.


terça-feira, 27 de novembro de 2012

Pictures of a Reality, do projeto Indoors

"Sex workers talk about their life and work experiences within the indoor sex work setting in nine European cities", vale a pena a leitura e exploração dos produtos do Indoors, um projecto a congratular!

http://www.indoors-project.eu/documents/Pictures_of_a_reality-Indoors_2.pdf

Outros Produtos em:

http://www.indoors-project.eu/

domingo, 25 de novembro de 2012

Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra Mulheres

A violência de gênero e contra as mulheres é prova da bestialidade humana.
Em Portugal, segundo os dados disponíveis, morreram este ano 30 mulheres vítimas de violência doméstica. Desenganem-se, não somos civilizados. Como espécie, somos umas criaturas menores.
Não somos nem menos, nem mais. Somos Iguais. Quando assimilarmos essa igualdade, poderemos finalmente dizer: sim, somos civilizados, porque nos respeitamos uns aos outros.

sábado, 17 de novembro de 2012

visões outras - "Um mundo de ninharias"

Um mundo de ninharias, como escreve Ricardo Falcão, num texto onde ousa falar de coisas banais que quase todos temos por adquiridas e às quais não atribuímos qualquer importância (pelo menos, deste lado do mundo). De "automatismos" que são o nosso quotidiano à ideia de "desmaterialização", Falcão escreve sobre o que é e como é tomar banho no deserto do Senegal.

Como não lembrar logo as frases de amigos, colegas ou só conhecidos, que andam ou andaram fora da Europa com as suas vantagens em prateleiras de supermercados - que também são culturais -, quando dizem "que saudades" da comida, das facilidades, do gel de banho.
E como não compreender imediatamente os sonhos que levam tant@s a migrar (ou a tentar) rumo às europas.

O texto do Ricardo Falcão, que fala de coisas pequenas que são enormes, e cuja leitura sugiro, encontra-se em:

http://falrik.tumblr.com/post/35875917694/um-mundo-de-ninharias-1?og=1&fb_action_ids=10151120610366260&fb_action_types=tumblr-feed%3Apost&fb_source=other_multiline&action_object_map=%7B%2210151120610366260%22%3A387439008002403%7D&action_type_map=%7B%2210151120610366260%22%3A%22tumblr-feed%3Apost%22%7D&action_ref_map=%5B%5D



   
 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

the words of an activist sex worker

"Beware: the rescuers and good-doers are the pimps of our times, embedded within a multi-national industry of PACs, Pope and femRads. We are the empowerment of their "good" conciousness, always willing to write upon us, to organise "sex worker events" we are allowed to speak. Thank you". ( Diskrete Kunst )

terça-feira, 23 de outubro de 2012

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

domingo, 14 de outubro de 2012

I Campanha nacional da RTS - Rede Sobre o Trabalho Sexual


«”The greatest crime in the world´s history”: uma análise arqueológica do discurso sobre tráfico de mulheres”

Artigo:  «”The greatest crime in the world´s history”: uma análise arqueológica do discurso sobre tráfico de mulheres” (*), por Lorenzo, Bordonaro e Alvim, Filipa, 2012, in Revista (In)Visível - Escravidão, Edição 1, Outubro 2012, pp. 17-31, disponível em:

http://revistainvisivel.com/revista-um/revista-invisivel-edicao-um.pdf

(*) Originalmente publicado em:

Lorenzo, Bordonaro e Alvim, Filipa, 2010, «”The greatest crime in the world´s history”: uma análise arqueológica do discurso sobre tráfico de mulheres”, Silva, Manuel Carlos e Ribeiro, Fernando Bessa (orgs), Mulheres da Vida. Mulheres com Vida: Prostituição, Estado e Políticas, Ribeirão: Edições Húmus Lda, pp.51-73

sábado, 22 de setembro de 2012

Habita

Tod@s têm direito a habitação digna. se está escrito, como lei, porque é que não é aplicado?

http://www.habita.info/

Acordai - Manifestação de 21 de Setembro de 2012, em Belém, Lisboa, Portugal

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Kolkata Freedom festival

Está a decorrer em Kolkata, Índia, o I Sex Workers Freedom Festival. Participam representantes de 41 países a quem negada entrada nos EUA, por motivos de "profissão", para participar no World AIDS. A organização agiu e decidiu marcar para os mesmo dias o freedom fest, com a partipação de membros de ongs e pessoas trabalhadoras do sexo.

http://videos.oneindia.in/watch/59068/sex-workers-conference-in-kolkata.html

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

mudança de centro do mundo




"Um estudo do Banco da Coreia atribuí à Ásia, dentro de trinta anos, 42% do PIB mundial, 23% aos Estados Unidos e 16% à Europa". That´s the true crises at the moment. Estamos (falo da europa) a mudar de lugar, progressivamente, de centro do mundo para a periferia. Damn. Isso até já aconteceu, só nos estamos a tentar adaptar. Isso - a adaptação - às vezes dói um bocado.

Mas se se acreditar, como acredito, que “para todos os povos da Terra – incluindo a América Latina e a África – é fundamental o que está a acontecer na China e na Índia: ali está a ter início um fenómeno de crescimento tão poderoso que pode deslocar os limites da miséria” (Rampini, F., 2007, China e Índia: as duas grande potências emergentes, Lisboa: Presença: 19), então que o reposicionamento na hierarquia mundial seja o menos dolorosa possível, e no final haja trocas de papéis e melhoria na vida das pessoas. Amén.



terça-feira, 10 de julho de 2012

quarta-feira, 30 de maio de 2012

terça-feira, 29 de maio de 2012

"Não é o que parece"

Pesquisa da UNICAMP sobre mercado transnacional do mercado do sexo @ jornal UNICAMP com e-book:

http://www.unicamp.br/unicamp/ju/527/n%C3%A3o-%C3%A9-o-que-parece


segunda-feira, 2 de abril de 2012

HIV travel restrictions and retreats...

“Travel is fatal to prejudice, bigotry and narrow-mindedness.” Mark Twain

Ver em:

http://plwha.org/

sexta-feira, 30 de março de 2012

Ethnographic Shots

“Ethnography”: the study and systematic recording of human cultures; also: a descriptive work produced from such research[1].

“Shot”: 1. The firing or discharge of a weapon, such as a gun; 2. The distance over which something is shot; the range 3. a. An attempt to hit a target with a projectile. b. An attempt to reach a target with a rocket. 4. a. Sports An attempt to score in a game, as in soccer or hockey. b. Baseball A home run. 5. Sports & Games a. The flight or path of a projectile in a game. b. A stroke in a game, as in golf or billiards. 6. A pointed or critical remark. 7. Informal a. An attempt; a try. b. A guess. c. An opportunity. d. A chance at odds; something to bet on. 10. One who shoots in a particular way. 11. a. A charge of explosives used in blasting mine shafts. b. A detonation of an explosive charge. 12. a. A photographic view or exposure. b. A developed photographic image. c. A single cinematic take. 13. a. A hypodermic injection. b. A small amount given or applied at one time. 14. A drink, especially a jigger of liquor. 15. An amount to be paid, as for drinks; a bill”
[2].


I was writing down some ideas for a research project about "Care" - the role of social care in our days of crisis - when "ethnographic shots" come to mind. "Care as constitutive of the social bond and sustainability factor in crisis situations", a research by CRIA - Centre of Research in Anthropology (Portugal), intends to study this idea of “to care” related to family, mobility and vulnerability, sustainability and crisis, applied to different contexts and different actors, as refugees, migrants, LGBT, sex workers, people in margins so to speak.
A researcher may intent to be familiar to those she is studying. But nobody gets really familiar in such a short time. Even if the studies have 3 or 4 years of life, that’s not enough to say “I know exactly who the person studied is, thinks, feels and does”.
A researcher may be satisfied with the time spent with a group and may feel at ease within it. But really, in the end of the field work, what we have are only ethnographic shots, not exactly still moments, but mind pictures of episodes. Like a image in move. Like a tribal photo[3]:













This photo is not just one portrait. It’s a moment. A shot in reality. A episode shoot in time, forever still. Yet this still moment represents a location, a climate, a person, or a group, or better yet, in this case two, an interaction, a negotiation, a pose, a look, and finally the click. Does it really represent the person photographed? Or does it reveal the eye of the photographer? Who is more represented in that image?
If one wishes to devote her work to the critique of modernity at home[4], then one must be very careful not to work based on stereotypes, even if one thinks they are not prejudice.
The night I spend with a group of outdoor sex workers, mainly women, but also transgender, in a busy prostitution street in Lisbon, Portugal, I got the chance to see and live their interactions between them: from friendly groups talking and laughing (children are always part of the chats, cause most of them are mothers); to hostility over the non use of condoms with a client, that was approaching all the “girls” offering more money in turn of that non use, pretty usual stuff; to an incredible moment when one of the Portuguese girls starts to sing Fado in the one of the squares of the crossroads; to the end of the night, when the “girls leave office” and go home.




"o pesquisador de campo é ao mesmo tempo ator, nas diversas situações de pesquisa, e autor, quando monta o projeto, quando faz perguntas, quando escreve com os fragmentos que recolheu. Alguns pós-modernos afirmam até que esta condição de ator e de autor deve estar sempre clara quando etnógrafos escrevem sobre as suas experiências alhures, que é ela a narrativa etnográfica (Clifford 1986; Marcus & Fischer 1986)"(Zaluar, Alba, “Pesquisando no perigo: etnografias voluntárias e não acidentais”, Mana vol.15 no.2 Rio de Janeiro Oct. 2009, Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-93132009000200009&script=sci_arttext (consultado pela última vez a 30.03.2012).



This night was an ethnographic shot in my memory and notebook. And the ethnographic shots all together are the raw material, a verdadeira matéria-prima, of an intended applied and public human rights anthropologist. Why should we do research on peoples’ lives, discourses and actions, if not to give a voice to the unheard and try to improve those some lives?


[1] Ver em: http://www.merriam-webster.com/dictionary/ethnography (consultado pela última vez a 30.03.2012).
[2] Ver em: http://www.thefreedictionary.com/shot (consultado pela última vez a 30.03.2012).
[3] Ver Tribal Photo: http://www.tribalphoto.com/ (consultado pela última vez a 30.03.2012). Ver também: http://www.visualanthropology.net/links/ethnophoto.php (idem).
[4] Ver Zaluar, Alba, “Pesquisando no perigo: etnografias voluntárias e não acidentais”, Mana vol.15 no.2 Rio de Janeiro Oct. 2009, disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-93132009000200009&script=sci_arttext (consultado pela última vez a 30.03.2012).

quinta-feira, 29 de março de 2012

Sex Worker Freedom Festival 2012

Announcing the Sex Worker Freedom Festival:the alternative International AIDS Conference 2012 event for sex workers and allies.
21 to 27 July 2012 Swabhumi, Kolkata, India.
US government travel restrictions for sex workers mean that many of us will not be able, or will not want to go to the IAC in Washington this year. The Sex Worker Freedom Festival is an alternative event for sex workers and our allies to protest our exclusion and ensure the voices of those excluded are heard in Washington.
The festival programme will focus on freedoms that we are all entitled to:
Freedom of movement and to migrate;
Freedom to access quality health services;
Freedom to work and choose occupation;
Freedom to associate and unionise;
Freedom to be protected by the law;
Freedom from abuse and violence; and
Freedom from stigma and discrimination

ver mais: http://www.nswp.org/page/iac-2012

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Valores? Sim, são as pessoas.

Let´s face it: assim não vamos a lado nenhum. É preciso inventar a luz, alguma luz, ao fundo do túnel. Quais são - ou melhor, quais devem ser - os verdadeiros valores que regem - isto é, que devem reger - a nossa existência?

A igualdade é o valor primordial da humanidade. Todo o ser humano é igual, independentemente das diferenças biológicas ou físicas, culturais, de género e de sexo, de estado político e socioeconómico, de etnia, de religião, de naturalidade.

Viver é pensar um caminho e percorrê-lo. Aceitar os desvios e transformações. Mudar é bom.

Acabemos com os mitos, com histórias bonitas que se contam a crianças que acreditam e por vezes determinam toda a sua existência.
Hoje creio que todos concordamos com a inexistência de “um estatuto” intransformável. Pelo menos para a maioria de nós. Sem património, isto é sem bens acumuláveis pelos nossos pais, e mesmo quando ele existe a priori (quantos relatos de fortunas perdidas, mesmo das "pátrias", que são "pai" no feminino), não se “entra na vida” pela porta da frente. Entramos, a maioria de nós, pela porta das traseiras e passamos toda uma existência a tentar chegar à porta da frente. Há quem perca tudo, a meio do corredor, junto a uma qualquer sala da nossa casa. Há quem seja posto fora, na rua.
Há quem tenha o poder para entrar de novo em casa e continuar o passeio público pelas assoalhadas (como num museu ou numa exposição). Não estou a falar dos empresários-políticos. Estou a falar dos sem-abrigo. Com todas as nossas diferenças de património simbólico e cultural, todos, sem excepção, são sujeitos-fonte de poder, do seu poder. O actor português que admitiu ter dormido na rua no passado é um bom exemplo.

Hoje não existe “estatuto”, excepto para as mentes, pobres, que se regem pelos mitos. Aqueles que acham que ter o último i-phone, o último carro, a última playstation, ou outra maquineta dessas que faz vista, faz deles "melhores". Os que ainda não perceberam que hoje podem ter tudo, para amanhã acordar sem nada.
Hoje existem são estados, diferentes fases da vida, com mais ou menos competências, capacidades, técnicas e sorte.
As três primeiras são facilmente entendíveis, ou não estivéssemos na fase social das “novas oportunidades”. Aprender é um dado adquirido (apesar dos fechos de escolas). Mediante as escolhas feitas na escola, decidimos ou projectamos o que queremos ser e trabalhamos para chegar a esse objectivo.

É uma pena que as escolas técnicas estejam em declínio, que tenham terminado com os cursos técnico-profissionais que, consta, davam outros caminhos, motivadores e empregáveis às pessoas. A tentativa de renascimento destes cursos continua uma nódoa, porque alguém se lembrou de dizer às massas que só somos “bons” se formos “médicos e doutores”. Nada mais idiota. Precisamos de todas as castas profissionais. Do almeida, do homem do lixo, ao farmacêutico, traficante de droga, do trabalhador do sexo, do contabilista e do policia, do padeiro, do agricultor ao cientista. Ninguém é descartável. Nem os assassinos, como nos diriam frontalmente os governos e as agências do Estado, se para isso tivessem coragem. Mas é indiferente que digam. Nós sabemos.

Quanto à sorte, tendemos a esquecer que é um factor importante na vida de qualquer uma ou um. Como cremos que não a controlamos, descartamo-la. É importante dar valor à sorte, parte da qual é fruto, já diz o velho ditado popular guineense, do nosso trabalho. Colhemos o que semeamos. Porque o ditado é sabedoria milenar.

A sorte é incontrolável, mas a disponibilidade não. Quando estamos disponíveis, surgem novos trilhos, caras, vidas. Quando estamos disponíveis, para nós e para os outros, somos mais, aí sim, se me permitem, "melhores".

Para que serve “Eu” trabalhar só para “Mim”? Que triste subir sozinha os degraus da vida. Que angustiante acabar isolada. Mais vale assumir, de uma vez por todas, sem qualquer pudor: Caminhamos, sós, mas em grupo, a mesma passagem. Como um caminho num bosque, com altos e baixos, com paisagens mais ricas que nos mergulham numa condição mais extrovertida, mais dada ao outro, mais engajada, mais social ou que, pelo contrário, nos remetem ao silêncio, à reflexão, à introversão.

Mas para quê viver, senão para partilhar? A partilha é fundamental para a concepção de igualdade. E não falo sobretudo de riqueza material. Não entrarei na discussão das classes. É evidente que as diferenças de classes, o pobre e o rico, não são elimináveis. Porventura colmatáveis, com limagem de arestas, para que aquilo que são os direitos fundamentais - isto é, coisas que nos permitem a sobrevivência - sejam acessíveis a todos: a paz, o pão, habitação, saúde, educação.
Posto isto, haverá sempre alguém mais rico e alguém mais pobre. É preciso é valorizar tanto um como o outro porque na verdade são iguais. Nascem da mesma forma. Morrem da mesma forma. O sangue que no entretanto lhes passa nas veias é igual.

"Aquilo que eu quero para mim é aquilo que quero para todos". Só na tentativa de concretizar este mote conseguiremos sair deste estado decrépito de espécie que só a é - ou só a tem sido - biologicamente.
Somos todos iguais. Quer isso dizer que não há diferenças? Não! Pelo contrário! O que nos une é verdadeiramente a diferença entre nós, bichos que andam sobre duas pernas, mas que pensam, vivem, alimentam-se, vestem-se, conversam, constroem, criam, até morrem ritualmente, de forma diferente.

Let´s face it: é uma visão. É só uma visão. Porventura - dirão os que já perderam toda a esperança ou os demasiado cínicos - ingénua. É-o certamente. E por que não? É com certeza um mito, não de passado, mas de futuro. Mas é Exequível. No dia em que percebermos que 10% de 7 biliões de pessoas não podem mandar em nós.
São os valores que regem o mundo. O valor do mercado. Mas eu descarto essa visão e prefiro outro caminho. Valores sim. Mas os valores não podem ser só cifrões, doláres ou euros, a surfar abstractamente uma bolsa. Valores também não podem ser só ideias decoradas tantas vezes de forma acritica, em memória oral e escrita. Valores sim. Consta que são 7 biliões. Valores são as pessoas.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Etnografia e Intervenção Social: por uma praxis reflexiva

Aconselho fervorosamente leitura:

Etnografia e Intervenção Social: por uma praxis reflexiva é "uma obra colectiva que flui entre dois pólos, etnografia e intervenção social, animada pelo propósito de mostrar a etnografia como um exercício que produz saber valioso e de elevada utilidade social. Valioso, porque faz emergir dimensões complexas e profundas dos factos e fenómenos sociais; ilumina a sua riqueza, filões, tonalidades e matizes; aclara as respectivas fronteiras, estratos e articulações. Pela fusão operada entre observação e reflexividade, os artigos mostram-nos a desconstrução de determinadas leituras da realidade e a edificação de outras. Ou falam-nos da desproble¬matização de algumas situações e da problematização de outras tantas. Queremos com esta colectânea de textos oferecer novidade, capacidade crítica acrescida e estimular o “olhar para aquilo que os estereótipos ignoram e para aquilo que os preconceitos não deixam ver”, tal como escreve A. Oliveira no seu artigo. Mas o que damos a ver e propomos à reflexão nesta obra? Cientistas sociais como persona non grata; extradições impostas a que se seguirão, decerto, novos regressos; cárceres permeáveis; mulheres vítimas incertas e pseudo-saber sobre elas; antropologia em imagens e suas aplicações no campo da intervenção social; sexualidades juvenis arriscadas; maternidades autónomas com referentes masculinos; família-providência e informalidades organiza¬tivas; empowerment dos que se prostituem; profissionais e académicos em dissidência".

Ver em:
http://www.edi-colibri.pt/Detalhes.aspx?ItemID=1549

domingo, 15 de janeiro de 2012

Why prostitutes are living in a "climate of fear" por Nichi Hodgson

"Police crackdowns on brothel-keeping mean that sex workers are unwilling to report intimidation and violence.
The trial of Sheila Farmer, an escort with a malignant brain tumor and diabetes charged with brothel-keeping, collapsed on 4 January after the prosecution failed to bring a witness to testify against her.
Farmer, who worked with friends for safety after she was violently raped working alone, is one of hundreds of sex workers who have been arrested since April 2010, when the revised Policing and Crime Act 2009 legislation increased police powers to raid suspected brothels and tightened the law on soliciting clients for the purposes of prostitution.
Statistics surrounding sex work prosecutions are slippery but it seems that since April 2010, the CPS has brought 967 prosecutions for soliciting and 261 prosecutions for brothel-keeping. While the Home Office statistics cannot provide a breakdown of the number of sex workers charged with the brothel-keeping offence, the anecdotal evidence from campaign groups, workers themselves, and a trawl-through local newspaper reports since April 2010 suggests that sex worker arrests in general, and prosecutions specifically for brothel-keeping, have significantly risen.
In July 2011, the Guardian reported that the number of prosecutions for sex trafficking stood at around 100 a year, resulting in a paltry 40 convictions since the PCA 2009 came into force. A law designed to prosecute those guilty of sexual exploitation and to decriminalise those who sell sex is achieving the opposite.
Being arrested for soliciting is obviously detrimental to sex workers. Once charged, not complying with rehabilitation requirements (attending meetings in which workers agree to stop soliciting) can mean prison. But the brothel-keeping offence is just as, if not more, nefarious, because it forces sex workers to operate alone or face arrest. It therefore increases their vulnerability if they do choose to work indoors, and makes street work a seemingly viable alternative, which directly contradicts the CPS's public interest statement on sex work which is "to keep prostitutes off the street".
As in Sheila Farmer's case, the individual whose name is on the tenancy agreement becomes liable for the exploitation of anyone else who sells services on those premises. Put simply, there is no such thing as legal co-working.What's more, arresting for brothel-keeping has never been easier nor more lucrative. In recent years, police have had a vested interest in raiding brothels because of the potential assets they can seize under the Proceeds of Crime Act 2002. Since Clause 21 of the PCA 2009 was introduced, police only need suspect, rather than prove, that a brothel employs trafficked or 'coerced' workers in order to issue a brothel closure order, before seizing whatever money or goods they find, keeping 50 per cent for the force itself. Data for the number of closure orders is not centrally collected and remains conveniently unavailable.This is the reason that many are asking whether the police's pursuit of profit is compromising sex worker safety. In London in particular, a crackdown on prostitution prior to the Olympics is creating what the International Union of Sex Workers' Catherine Stephens describes as "a climate of fear".
She told me of how women running a brothel in a private rented property were accosted by 10-man gang: "They broke into the premises one night when two of [the women] were working. One of the girls thought some of them were armed. When they went to report the incident at the police station, the desk sergeant said, 'You do realise you're at risk of eviction if you carry on telling me what you are telling me?' He was more interested in nicking a couple of discreet sex workers for brothel-keeping than arresting a violent, armed gang."For every story like this, there are a dozen more. Up and down the country, incidences of violence and intimidation against sex workers now go unreported to the police. Better to risk a punch in the face than a prison sentence.The CPS guidelines on brothel-keeping stress that it is the amount of money made which should influence whether a prosecution is pursued. Neither co-working for safety, nor any notion of choice, non-coercion or freedom of employment matters when it comes to criminalising those who sell sex.Isn't it time for the policing and criminal justice system to recognise, rather than penalise, the potential vulnerability of those in the industry, whatever the circumstances of their organisation? Let's hope that Shelia Farmer's acquittal marks the start of that duty of care."

Nichi Hodgson is a 28-year-old freelance journalist specialising in sexual politics, law and culture.

Artigo em: http://www.newstatesman.com/blogs/the-staggers/2012/01/brothel-keeping-sex-workers