segunda-feira, 5 de maio de 2014

Flash Mob do 1º de Maio pelos Direitos d@s Trabalhad@res do Sexo in Figueira na Hora

A opinião com FILIPA ALVIM - Flash Mob do 1º de Maio pelos Direitos d@s Trabalhad@res do Sexo


Na madrugada de 30 de Abril para 1 de Maio decorreu o Flash Mob pelos Direitos d@s trabalhador@s do sexo[1]. Pelas 00:15 horas, um pequeno grupo no Porto, cheio de determinação, abriu os seus chapéus-de-chuva vermelhos – símbolo internacional da luta pelos direitos destas pessoas sem nome, geralmente apelidadas apenas de prostitutas ou putas (como se não houvessem nem homens nem transexuais neste mundo. E quantos há!).

A iniciativa partiu da Rede sobre o Trabalho Sexual[2], que congrega a maioria das ONGs de terreno, simpatizantes, académicos e trabalhador@s do sexo. No Porto correu bem. Em Lisboa foi um fiasco. Os poucos que foram sentiram-se sós e não houve flash mob, como estava combinado. O Porto, lá nisso, é muito mais activo. Claro que Portugal não conta com um STRASS[3], por exemplo, um sindicato de trabalhador@s do sexo sediado em Paris que junta manifestações de 100 ou mais pessoas. As prostitutas sentem demasiado estigma para darem a cara. Há sempre umas com mais coragem que lideram o movimento internacional, mas no panorama geral, o movimento d@s trabalhador@s do sexo é ainda tímido.

E afinal o que se pretende com este tipo de iniciativas? Demonstrar uma verdade empírica que magoa a susceptibilidade de muita gente: há quem faça do trabalho sexual o seu trabalho. Como tal, e porque se sentem trabalhador@s, querem os mesmo direitos e deveres que @s restantes trabalhador@s: enquadramento legal e laboral, inserção na segurança social, direito a uma reforma quando chega a idade, direito a uma vida com dignidade. Querem também contribuir para o país, que se desfaz com impostos cada vez mais pesados. Querem ajudar quem precisa, nomeadamente as vítimas de exploração sexual (@s tais traficad@s e explorad@s). Querem justiça, paz, pão, saúde, educação, habitação, segurança. Querem viver sem medo. Afinal, não é o que tod@s nós queremos? 



[3] Ver site em: www.strass-s

5 de Maio de 2014

Filipa Alvim

Link: 


Sem comentários: