Perante as vozes que afirmam que a actividade de prestadores/as de serviços sexuais é indigna, respondemos que indigno é continuar a condenar à marginalidade quem já é estigmatizado pela sociedade em geral. Espera-se que as associações de defesa dos direitos das mulheres, dos direitos de trabalhadores e trabalhadoras sejam realmente defensoras de todas as mulheres e de todas as trabalhadoras.
Indigno é negar o poder de decisão destas pessoas e considerá-las seres menores,
vítimas que só são merecedoras de direitos como a reforma, direito a não verem
os seus filhas/os retiradas/os pela Segurança Social ou direito à habitação,
quando deixarem de exercer a actividade na área dos serviços sexuais.
Indigno é continuar a perigar a saúde pública condenando uma campanha que
previne IST.
Indigno é continuar a reduzir trabalho sexual a prostituição, quando
prostituição é apenas uma das actividades que envolve serviços sexuais.
Indigno é pactuar com qualquer forma de opressão.
Indigno é considerar indignas as pessoas que prestam serviços sexuais e
votá-las, ainda mais, ao isolamento e desprotecção.
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