sábado, 4 de maio de 2013

A liberdade é um valor essencial para haver dignidade

Não podemos ser nós a decidir, com base em padrões morais totalitários. A liberdade é um valor essencial para haver dignidade. Esta é a diferença fundamental entre quem tem um projecto emancipatório e ouve, envolve e respeita as pessoas a quem as questões dizem directamente respeito, e as entidades que se posicionam com base em pressupostos gastos, desfasados da realidade e assentes numa visão conservadora e sacralizada das sexualidades.

Perante as vozes que afirmam que a actividade de prestadores/as de serviços sexuais é indigna, respondemos que indigno é continuar a condenar à marginalidade quem já é estigmatizado pela sociedade em geral. Espera-se que as associações de defesa dos direitos das mulheres, dos direitos de trabalhadores e trabalhadoras sejam realmente defensoras de todas as mulheres e de todas as trabalhadoras.



Indigno é negar o poder de decisão destas pessoas e considerá-las seres menores, vítimas que só são merecedoras de direitos como a reforma, direito a não verem os seus filhas/os retiradas/os pela Segurança Social ou direito à habitação, quando deixarem de exercer a actividade na área dos serviços sexuais.


Indigno é continuar a perigar a saúde pública condenando uma campanha que previne IST.
Indigno é continuar a reduzir trabalho sexual a prostituição, quando prostituição é apenas uma das actividades que envolve serviços sexuais.
Indigno é pactuar com qualquer forma de opressão.

Indigno é considerar indignas as pessoas que prestam serviços sexuais e votá-las, ainda mais,  ao isolamento e desprotecção.

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